quinta-feira, 23 de junho de 2011

“Em     todas as questões humanas há um único fator dominante – o tempo. Para compreender o estado atual da ciência, precisamos saber como ela chegou a ser assim: nós não podemos evitar os acontecimentos históricos…Para avançar rumo ao futuro devemos olhar para trás, no passado.”

J. M. Ziman 

Microbiologia e o futuro

Os microorganismos sempre foram intensamente úteis para a humanidade, mesmo quando desconhecidos. Com o crescimento da industria e biotecnologia ocorrerá uma intensificação pelo interesse na microbiologia industrial por meio da expansão do potencial de novos produtos e aplicações, afetando diretamente nossas vidas e bem estar.






quarta-feira, 22 de junho de 2011

Microorganismos e a produção de enzimas

As enzimas são moléculas de proteínas que têm a função de catalisar reações, sendo produzidas por microrganismos.
enzima produzida por bactérias Gram-negativas 
Foi somente na primeira metade do século XIX que surgiram as primeiras evidências científicas de que os microrganismos possuem substâncias químicas capazes  de catalisarem reações químicas (Payen Persaz em 1883).
A principal fonte de obtenção de enzimas são os microrganismos, embora muitas enzimas de aplicação industrial tenham sua origem nos tecidos animal ou vegetal: renina, obtida do estômago de bezerros e papaína, obtida do mamão, por exemplo.
Os principais tipos de enzimas comercializados atualmente são as proteases, glucoamilase, a-amilase e glicose isomerase.
A tabela mostra os principais tipos de enzimas  bem como o seus principais usos.
 
ENZIMA
APLICAÇÃO
protease
quebra de moléculas de proteína
amilase e amiloglucosidase
sacarificação do amido
catalase
eliminação da água oxigenada no processamento de alimentos
glicose isomerase
produção de isoglicose
invertase
inversão da sacarose
lactase
desdobramento da lactose
lipase
desdobramento de óleos e gorduras
celulase
desdobramento da celulose
glicose oxidase
remoção da glicose

Microorganismos na produção de ácido cítrico

Aspergillus niger
O ácido cítrico (ácido 2- hidroxipropano-1,2,3-tricarboxilico) é um produto
que possui grande importância, uma vez que é utilizado em vários segmentos
industriais. Atualmente o ácido cítrico é produzido através de fermentação
utilizando o microrganismo Aspergillus niger, empregando sacarose como
substrato.
 


                                                                                                                                    


Um levantamento de microrganismos potencialmente produtores de ácido cítrico foi realizado, sendo identificados os fungos Aspergillus niger, Aspergillus carbonarius, Aspergillus wentii, Penicilum janthinelum, Penicilium restrictum e a levedura Cândida lipolytica.



Através do estudo do processo fermentativo em hidrolisado pode ser determinado o microrganismo melhor produtor de ácido cítrico. O hidrolisado foi obtido através de hidrolise ácida a partir de aparas de eucalipto. As aparas de eucalipto são resíduos da colheita da madeira de eucalipto para a produção de papel e celulose. Submetidas ao processo de hidrólise podem ser transformadas em um xarope de açúcares fermentescíveis, o qual pode ser empregado para a produção de substâncias de interesse social e econômico, entre as quais o ácido cítrico. Este ácido possui ampla aplicação
nas indústrias farmacêuticas e de alimento. Visando estudar um substrato
alternativo para a produção deste ácido por processo de fermentação, foi
realizado um levantamento de alguns microrganismos potencialmente
produtores de ácido cítrico, para selecionar aqueles capazes de crescer no
hidrolisado hemicelulósico, obtido por processo de hidrólise ácida de aparas de
eucalipto e que possui a xilose como principal açúcar fermentescível.
Os resultados obtidos indicam:A levedura não se desenvolveu, pois não consome a principal fonte de açúcar do hidrolisado (xilose). Os microrganismos Yarrowia lipolytica e Penicillium janthinellum não crescem no hidrolisado e que os fungos Aspergillus niger e Aspergillus carbonarius apresentaram crescimento satisfatório e ambos consumiram todo o açúcar presente no meio. Portanto, estes microrganismos poderão ser
empregados para o estudo da produção de ácido cítrico em meio preparado
com o hidrolisado em estudo.

terça-feira, 21 de junho de 2011

A LEVEDURA

A levedura - Saccharomyces cerevisiae


As leveduras são seres vivos, apresentam-se caracteristicamente sob forma unicelular, que pertencem ao grupo dos fungos, e não apresentam clorofila; portanto, são seres heterotróficos, que dependem de alimento proveniente de outros seres vivos. Para se alimentarem, os fungos soltam substâncias capazes de decompor o alimento que está a sua volta. No caso das leveduras, elas decompõem o açúcar que está ao seu redor, produzindo um líquido nutriente que é absorvido por elas.

Existem, aproximadamente, 350 espécies diferentes de leveduras, separadas em cerca de 39 gêneros.

Conhecido como levedura, levedo de cerveja ou fermento biológico, o fungo Saccharomyces cerevisiae é utilizado na preparação de alimentos (pão, biscoitos, fermento de padaria) e de bebidas (cerveja, vinho e destilados), assim como na produção de outras substâncias de importância industrial (etanol, vitaminas e outros metabólitos).

As leveduras são microrganismos de grande importância econômica. Como agentes biológicos da fermentação alcoólica, as leveduras participam tanto na produção de biocombustíveis (etanol de cana-de-açúcar) como na indústria de alimentos (pães, bolos, bebidas alcoólicas).

A levedura cresce facilmente nas condições de laboratório. Também pode ser manipulada geneticamente. Multiplica-se rapidamente em fermentadores ou biorreatores industriais, a partir de matérias-primas de baixo custo dos quais pode ser separada por filtração ou centrifugação, uma vez acabado o processo.
Em 2009, Cientistas do Instituto de Biologia (IB) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com colegas da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, concluíram o sequenciamento genético da levedura Saccharomyces cerevisiae, conhecida como Pedra 2.


O estudo, que foi publicado na revista Genome Research do mês de outubro, abriu novas perspectivas para a produção de etanol no país, de acordo com seus autores. Com o mapeamento do genoma da levedura, os pesquisadores conseguiram decifrar o mecanismo de ação do microrganismo.
Segundo o pesquisador, a pesquisa prossegue tentando entender em detalhes como esse mecanismo de transformação ocorre. Ao compreendê-lo profundamente, diz, "teremos condições de empregar a engenharia genética para manipular a levedura."
Com essa descoberta o Brasil vive uma verdadeira revolução do ponto de vista tecnológico. O objetivo dos cientistas é domesticar esse microrganismo e reprogramá-lo de forma eficiente para produzir mais etanol ou etileno, a partir da cana-de-açúcar.

domingo, 19 de junho de 2011

Cianobactérias e os biocombustíveis

Synechoccus elongatus
Pesquisadores da Universidade da Califórnia realizaram uma pesquisa, aonde modificaram geneticamente uma cianobactéria para fazê-la consumir dióxido de carbono e produzir o combustível líquido isobutanol, que tem grande potencial como alternativa à gasolina.
Essa reação química para produção do combustível é alimentada diretamente por energia solar, através da fotossíntese.
O processo tem duas vantagens para a meta global de longo prazo de se alcançar uma economia sustentável, que utilize energia mais limpa e menos danosa ao meio ambiente.
Em primeiro lugar, ele recicla o dióxido de carbono, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa resultantes da queima dos combustíveis fósseis.
Em segundo lugar, ele usa energia solar para converter o dióxido de carbono em um combustível líquido que pode ser usado na infraestrutura de energia já existente, inclusive na maioria dos automóveis.

Transformação de CO2 em combustivel

Usando a cianobactéria Synechoccus elongatus, os pesquisadores primeiro aumentaram geneticamente a quantidade da enzima RuBisCo, uma fixadora de dióxido de carbono. A seguir, eles juntaram genes de outros microrganismos para gerar uma cepa de bactérias que usa dióxido de carbono e luz solar para produzir o gás isobutiraldeído.
O baixo ponto de ebulição e a alta pressão de vapor do gás permitem que ele seja facilmente recolhido do sistema.
As bactérias geneticamente modificadas podem produzir isobutanol diretamente, mas os pesquisadores afirmam que atualmente é mais fácil usar um processo de catálise já existente e relativamente barato para converter o gás isobutiraldeído para isobutanol, assim como para vários outros produtos úteis à base de petróleo.
Segundo os pesquisadores, uma futura usina produtora de biocombustível baseada em suas bactérias geneticamente modificadas poderia ser instalada próxima a usinas que emitem dióxido de carbono - as termelétricas, por exemplo. Isto permitiria que o gás de efeito estufa fosse capturado e reciclado diretamente em combustível líquido. Para que isso se torne uma realidade prática, os pesquisadores precisam aumentar a produtividade das bactérias e diminuir o custo do biorreator.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Microorganismos e Aminoácidos

Os aminoácidos usados em diversos produtos são fabricados principalmente pelo possesso de fermentação, utilizando materiais de origem naturais da mesma forma que o iogurte, a cerveja, o vinagre, etc.
O método de fermentação para a produção de aminoácidos é um processo pelo qual os microorganismos convertem os nutrientes em vários componentes vitais necessários para eles próprios. Com o método de fermentação, matérias-primas como a glicose são adicionadas ao meio de cultura do microorganismo, permitindo que os microorganismos proliferados produzam aminoácidos. As enzimas desempenham um papel importante nesta etapa. As enzimas, que são proteínas que catalisam as reações químicas no corpo vivo, são indispensáveis para degradação e síntese das substâncias. 

Processo de produção

Para produção de aminoácidos com uso de microorganismos, é importante descobrir um microorganismo com alto potencial para produção de aminoácidos. 
Após a seleção de um microorganismo adequado para o método de fermentação, é necessário aumentar seu potencial, isto é, conduzir aperfeiçoamentos para aproveitar todo o potencial deste microorganismo. 
Eles possuem um mecanismo de controle das quantidades e qualidades de enzimas, para produção de aminoácidos somente nas quantidades necessárias. Portanto, é necessário liberar este mecanismo de controle para fabricação do aminoácido alvo em grandes quantidades.
A produção de um aminoácido depende das quantidades e qualidades das enzimas. Há aumento na produção se as enzimas envolvidas na produção do aminoácido alvo estiverem presentes em grandes quantidades sob condições adequadas para suas atividades. Suponha que um microorganismo tenha um caminho metabólico A  (a)   (b) C  (c)  D (onde: a, b, e c são enzimas). Para produzir somente o aminoácido C em grandes quantidades, será necessário somente aumentar as ações das enzimas (a) e (b) e eliminar a ação da enzima (c). As linhagens são melhoradas com a aplicação de várias técnicas que possibilitam este processo. O tanque de fermentação é abastecido com xaropes/açúcares derivados da cana de açúcar, milho e mandioca. Em seguida os processos para fermentação são ajustados, visando perfeitas condições na mistura, fornecimento de ar, temperatura e pH. O resultado final será somente o aminoácido alvo, obtido deste caldo fermentado de alta pureza.



Microorganismos na Indústria Farmacêutica


A microbiologia farmacêutica moderna foi desenvolvida após a Segunda Guerra Mundial, com a introdução da produção de antibióticos.
Antibiótico é uma substância que tem capacidade de interagir com microorganimos  que causam infecções no organismo. Os antibióticos interagem com estes microorganismos, matando-os ou inibindo seu metabolismo e/ou sua reprodução, permitindo ao sistema imunológico combatê-los com mais facilidade.
Os antibióticos não atuam apenas em bactérias, mas também em fungos, por exemplo, ele pode ser bactericida quando tem efeito letal sobre a bactéria ou bacteriostático, se apenas interrompe sua reprodução ou inibe seu metabolismo.
As primeiras substâncias descobertas eram produzidas por fungos, como a penicilina. Atualmente, são sintetizadas ou alteradas em laboratórios farmacêuticos e têm a capacidade de impedir ou dificultar a manutenção de um certo grupo de células vivas.

Penicilina

Foi o primeiro antibiótico identificado pelo homem. É um antibiótico natural e derivado de um fungo, o bolor de pão Penicillium chrysogenum. Foi descoberta em 15 de setembro de 1928 e está disponível como fármaco desde 1941, sendo o primeiro antibiótico usado com sucesso.
Há dois tipos principais de penicilina:
  • A Penicilina G, foi a descoberta primeiro e é geralmente injetável, ainda que existam formas bucais para tratamento dental. Ela é mal absorvida a partir do intestino por isso a via oral não é utilizada.
  • A Penicilina V é geralmente administrada por via oral e é absorvida para o sangue ao nível intestinal.

Existem muitos antibióticos derivados por métodos químicos industriais da penicilina, constituindo as penicilinas semi-sintéticas:
  • Amoxicilina, Ampicilina e Pivampicilina têm maior especto de ação, e são eficazes contra mais tipos de organismos.
  • Flucloxacilina é mais resistente à beta-lactamase (uma penicilinase).
  • Carbenacilina, Aziocilina, Ticarcilina são eficazes contra espécies de Pseudomonas, especialmente a P.aeruginosa, que são importantes patogénios do meio hospitalar.




sábado, 11 de junho de 2011

Produção de insulina por microorganismos

As pessoas que não produzem a quantidade suficiente de insulina, como os diabéticos, precisam tomá-la em forma de remédio, mas como é fabricada essa insulina vendida como remédio?
A maneira mais antiga para se obter insulina é fazer sua extração a partir de pâncreas de bois e porcos. A insulina que esses animais produzem é bastante parecida com a humana, e pode mesmo exercer suas funções em nosso organismo. Entretanto, algumas pessoas reagem com manifestações alérgicas a essa insulina.
Hoje em dia já é possível fabricar insulina a partir de bactérias, que normalmente não produzem essa substância. A produção de insulina pelas bactérias é possível graças às técnicas da biotecnologia. Atualmente é possível introduzir segmentos do DNA humano no DNA das bactérias.

Usando as enzimas de restrição pode-se cortar segmentos de DNA que contenham informações para a síntese de uma determinada proteína, quer dizer, pode-se cortar o DNA separando partes que contêm genes.
Com essa técnica é possível isolar pedaços de DNA com genes escolhidos, como por exemplo o gene responsável pela síntese de insulina.
Também com o uso de enzimas de restrição é possível romper o DNA de plasmídios das bactérias.
Utilizando o DNA ligase, capaz de refazer as ligações entre as moléculas de DNA, é possível refazer os plasmídios introduzindo o pedaço de DNA humano.
Com essa técnica consegue-se passar um segmento do DNA humano para o plasmídio de uma bactéria.
Com esse processo as bactérias tornam-se produtoras de proteínas humanas.
Nos laboratórios seu material genético é “transformado”, e elas passam a ser capazes de sintetizar substâncias como a insulina humana, o hormônio do crescimento e outras. Se elas forem mantidas vivas e em crescimento, tornam-se verdadeiras fábricas de produtos exatamente iguais aos que nosso corpo produz.



25° Seminário Cooplantio - Uma aula sobre biotecnologia com Alda Lerayer

A fermentação é um processo de transformação de uma substância em outra, produzida a partir de microorganismos, tais como fungos, bactérias, ou até o próprio corpo, chamados nestes casos de fermentos.
  Na indústria alimentar, microorganismos são usados para a fermentação dos alimentos. Abaixo segue uma tabela sobre os tipos de fermentação e suas respectivas utilizações.


Tipo de Fermentação/Principais Características
Utilização na Produção de Alimentos

Fermentação alcoólica:
- É realizada por leveduras;
- O ácido pirúvico é convertido em etanol e CO2 em duas etapas:
1ª - O ácido pirúvico é descarboxilado e forma-se acetaldeído;
2ª - O acetaldeído é reduzido pelo NADH a etanol.
Pão:
- A fermentação é realizada pela levedura Saccharomyces cerevisiae e a temperatura favorável é de 27ºC.
- O amido da farinha é hidrolisado em açucares simples e posteriormente transformado em CO2 e etanol. O CO2 é o produto desejado, uma vez que faz crescer a massa, dando ao pão uma textura porosa.
- A fermentação inicia-se com a adição das leveduras (fermento de padeiro) e termina quando o calor do forno as mata. O calor provoca a expansão do gás, a evaporação do álcool e dá estrutura ao pão.
Vinho:
- A fermentação do açucar de uvas é realizada por leveduras, principalmente do tipo Saccharomyces cerevisiae, que existem na casca das uvas.
- As uvas são colhidas, esmagadas e tratadas com compostos de enxofre, que inibem o crescimento de microorganismos competidores das leveduras. As uvas esmagadas formam o most, que inicialmente é mexido para provocar a aerificação e o crescimento das leveduras; posteriormente, é deixado em repouso, o que cria condições anaeróbias favoráveis à fermentação.
- O CO2 liberta-se para a atmosfera no decurso da fermentação (o vinho ferve) e a concentração de etanol, que é o produto desejado, vai aumentando. O etanol torna-se toxico para as leveduras quando atinge uma concentração de cerca de 12% e a fermentação termina.

Cerveja:
- É fabricada com malte (grãos de cevada germinados e secos), outros materiais ricos em amido (como arroz, milho ou sorgo), lúpulo, água e leveduras das espéciesSaccharomyces cerevisiae ou Saccharomyces carlsbergensis.
- Antes de iniciar a fermentação provoca-se a sacarificação (produção de açucares simples a partir do amido) na mistura de cereais. Durante a fermentação, as leveduras convertem os açucares em etanol e CO2 e pequenas quantidades de glicerol e ácido acético. O CO2 é libertado e o álcool atinge uma concentração de cerca de 3,8% do volume.
- Após a fermentação, a cerveja é armazenada durante alguns meses, durante os quais ocorre a precipitação de leveduras, proteínas e outras substâncias indesejáveis. Por fim, a cerveja é carbonatada, clarificada, filtrada e engarrafada.
Fermentação Láctica:
O ácido pirúvico é directamente reduzido a ácido láctico pelo NADH.
A fermentação homolácticaproduz grandes quantidades de ácido láctico.
A fermentação heteroláctica leva à produção de outras substâncias, para além do ácido láctico, como CO2, etanol e ácido acético.
Queijo:
Vários tipos de queijo são produzidos por fermentação levada a cabo por diferentes espécies de bactérias pertencentes aos géneros Propionibacterium, Lactobacillus, Streptococcus e Leuconostoc, em culturas puras ou mistas. As bactérias produzem ácido láctico e outras substâncias que contribuem para o aroma. O aumento da acidez provoca a coagulação das proteínas do leite.
Iogurte:
Produzido por uma cultura mista de Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus termophilus.
Outros produtos lácticos fermentados:
- Leites fermentados como Kefir e Kumiss.
- Alimentos probióticos fermentados por bifidobactérias e Lactobacillus casei imunitass.

Fermentação acética:
É assim designada devido às características do produto obtido, no entanto, não é uma fermentação, mas uma oxidação.
Vinagre:
-É obtido a partir de materiais contendo açucar ou amido, como sumo de fruta, vinho ou cereais.
- A sua produção compreende duas etapas:
1ª – Fermentação do açucar que é convertido em etanol – processo anaeróbio realizado por leveduras.
2ª – Oxidação do etanol a ácido acético. Reacção aeróbia realizada por bactérias acéticas dos géneros Acetobacter e Glucanobacter.

Microorganismos na indústria alimentar



A indústria alimentar tem conta a relação entre microrganismos e alimentos através das seguintes intervenções:
  •  utilização de microorganismos na produção de certos alimentos, por fermentação;
  •   utilização de microorganismos como fonte de enzimas para o processamento de alimentos;
  •  desenvolvimento e aperfeiçoamento de métodos de conservação de alimentos que retardam a sua deterioração devido à atividade de microorganismos ou outros fatores;
  •  desenvolvimento de técnicas de melhoramento de alimentos ou de produção de novos alimentos.








Bactérias e biotecnologia

A indústria de laticínios utiliza as bactérias Lactobacillus e Streptococcus para a produção de queijos, iogurtes e requeijão. 
Lactobacillus e Streptococcus
Na fabricação de vinagre são usadas bactérias do gênero Acetobacter que transformam o etanol do vinho em ácido acético.
Acetobacter
Bactérias do gênero Corynebacterium são utilizadas na produção do ácido glutâmico, substância utilizada em temperos para acentuar o sabor dos alimentos.
Corynebacterium
  
  As bactérias são utilizadas para a produção de antibióticos e vitaminas. O antibiótico neomicina é produzido por células do gêneroStreptomyces. A indústria química utiliza bactérias para produzir substâncias como o metanol, butanol, acetona. A tecnologia do DNA recombinante, também denominada "Engenharia Genética", tem permitido alterar geneticamente certas bactérias produzindo substâncias economicamente interessantes, como insulina humana produzida por estes organismos procariontes geneticamente modificados.

   As bactérias podem decompor aeróbia ou anaerobiamente matéria orgânica. Quando em um lago ou rio existe uma grande quantidade de substâncias orgânicas, como esgoto e não há suficiente oxigenação desta massa de água, acontece a decomposição anaeróbia ou putrefação. Pode-se promover a decomposição aeróbia de matéria orgânica em estações de tratamento de esgoto, produzindo aeração do esgoto, aumentando a quantidade de oxigênio dissolvido na água, assim entram em ação as bactérias aeróbias que causam o processo de biodegradação do esgoto, sistema conhecido como "lodo ativado". As bactérias anaeróbias metanogênicas também podem ser utilizadas para a biodigestão de matéria orgânica de esgotos e lixo doméstico em tanques chamados biodigestores.

Microorganismos transgênicos

Quando se fala em transgênico, logo vem à mente a soja transgênica que é resistente ao herbicida glifosato. Mas, além das outras dezenas de plantas com alguma alteração genética, o consumidor não pode esquecer dos animais transgênicos e de um grupo de organismos que é pouco, ou nada, mencionado, o dos microrganismos transgênicos ou geneticamente modificados (MGM).
Os microrganismos, denominação geral para bactérias, fungos e leveduras, são amplamente empregados na produção de alimentos, sendo utilizados há milhares de anos - vivos no produto ou não. Substâncias vindas de microrganismos - como, por exemplo, as enzimas - ajudam no processamento de produtos. Há, no mínimo, cerca de 30 diferentes enzimas produzidas por MGM e muitas delas utilizadas na produção de alimentos.
O uso da tecnologia do DNA recombinante para produzir MGM é um dos mais importantes avanços científicos do século 20. Estima-se que existem mais de 100 cepas bacterianas oriundas de 25 espécies utilizadas em produtos alimentícios. A combinação dessas bactérias é extremamente importante para as características desejadas do alimento.
No mínimo, 25% dos alimentos processados passaram por algum processo microbiológico. Portanto, o uso seguro destes microrganismos é essencial, mas e se os microrganismos fossem transgênicos? Os consumidores não teriam o direito de saber? Não deveria estar no rótulo: "Contém OGM", no caso "Contém MGM" ou "Produto obtido a partir de um MGM"? Alimentos que contenham MGM viáveis devem passar por estudos de segurança alimentar antes de sua aprovação para uso na produção de alimentos, devendo ser implementada legislação específica.
Nos posts seguintes abordaremos vários exemplos do emprego de microorganismos na industria e na biotecnologia e para isso é necessario saber alguns conceitos, como: 

  • Enzimas de restrição;
  • DNA ligase;
  • DNA recombinante.


Enzimas de restrição são enzimas que cortam a molécula de DNA através do reconhecimento de seqüências nucleotídicas específicas.


DNA ligase é a enzima que une os fragmentos de DNA. É utilizada na biotecnologia para “colar” fragmentos de DNA de interesse.
DNA recombinante  é uma seqüência de DNA artificial que resulta da combinação de diferentes seqüências de DNAs.




A seguir, um exemplo da obtenção do DNA recombinante:
  1. Os pesquisadores querem estudar um gene humano que produz uma proteína que não se sabe a função.
  2. Os pesquisadores “recortam” (utilizando enzimas de restrição), do DNA humano, o gene de interesse.
  3. Esse fragmento de DNA contendo o gene é multiplicado por PCR para obtermos várias cópias do mesmo fragmento (ou da mesma informação).
  4. A mesma enzima que clivou o gene do DNA humano é utilizada para clivar o plasmídio bacteriano. Lembre-se que o fragmento de DNA, ao ser clivado, gera pontas adesivas que são complementares ao plasmídio se este for clivado com a mesma enzima.
  5. A seguir o plasmídio clivado é misturado com os fragmentos de DNA (contendo o gene) e uma enzima chamada ligase “cola” os fragmentos ao plasmídio, produzindo o chamado DNA recombinante. Isso feito, o DNA recombinante é introduzido em uma bactéria hospedeira.
  6. bactéria hospedeira é colocada em um meio nutritivo seletivo, apenas aquelas que possuem o DNA recombinante crescem, formando colônias. Após muitas gerações de bactérias, o produto da expressão dos genes, as proteínas humanas, são purificadas das bactérias (são separadas das proteínas das bactérias).


Esse método produz uma grande quantidade de proteínas humanas possibilitando assim, seu estudo.




terça-feira, 7 de junho de 2011

Adiante com o assunto, falaremos um pouco sobre a biotecnologia.
Mais afinal, o que é Biotecnologia ?

Segundo a Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU:


"Biotecnologia define-se pelo uso de conhecimentos sobre os processos biológicos e sobre as propriedades dos seres vivos, com o fim de resolver problemas e criar produtos de utilidade."


Assim, biotecnologia é o conjunto de técnicas que permite à Indústria Farmacêutica cultivar microrganismos para produzir os antibióticos que serão comprados na Farmácia. Como é Biotecnologia o saber que permite cultivar células de morango para a obtenção de mudas comerciais. E também o processo que permite o tratamento de despejos sanitários pela ação de microorganismos em fossas sépticas.
A Biotecnologia abrange diferentes áreas do conhecimento que incluem a ciência básica (Biologia Molecular, Microbiologia, Biologia celular, Genética, Genômica, Embriologia etc.), a ciência aplicada (Técnicas imunológicas, químicas e bioquímicas) e outras tecnologias (Informática, Robótica e Controle de processos).

Agora abordaremos de forma mais direta o nosso tema "Utilização de microorganismos na Indústria e Biotecnologia".